sexta-feira, 17 de julho de 2015

Sweet Sacrifice


Capitulo 1

Eu havia chegado a alguns dias na cidade, não conhecia nada então resolvi dar uma volta. Era um lugar pacato, o crepúsculo pintava o céu com tiras alaranjadas e o breu suavemente tomava meus olhos . Com meus fones de ouvido eu caminhava até uma praça , meu sobretudo verde escuro contrastavam minha pele pálida e meus olhos castanhos .
 Algumas meninas conversavam na pequena praça , sentei- me ao banco do lado e continuei a sentir o vento gélido em meus cabelos cacheados combinando com meus olhos . Fechei os olhos , mas em segundos fui forçada a abrir por uma garota que interrompera meu devaneio :
-Oi , senta aqui com a gente, você é nova aqui não é?
 A garota possuía uma pele morena e cabelos cheios encaracolados , grandes olhos de jabuticaba e era baixa.Me levantei e me aproximei da rodinha onde encontrava-se mais duas meninas.
-Qual seu nome ?
-Eu me chamo Beck - respondi em um tom simpático
-Prazer eu sou a Nina , está é a Sam , e Snow- Nina apresentou -me a todas
Snow particularmente chamou me atenção pela delicadeza de seus traços , era tão pálida quanto eu , porém seus cabelos negros e olhos claros os quais não soube ao certo identificar a cor , não possuíam um tom exato , os lábios bem desenhados e pequenos. Ela parecia uma boneca. No entanto sua expressão era fechada, e seu olhar trazia um ar macabro, de uma forma encantadora.
-Quantos anos você tem ?-Perguntou Sam , uma menina baixinha de cabelos longos e castanhos
-Tenho 22 - respondi de prontidão já aguardando o espanto. Eu era bem baixa e ao revelar minha idade todos se assustavam.
-JURA ?- Gritou Snow- eu podia jurar que você tinha uns 14, 15 no máximo. Que fofa !
Senti as bochechas ruborescerem e queimarem e a única resposta que consegui dar foi um sorriso .

A noite passou rápido , em pouco tempo as três garotas me faziam sentir-me cada vez mais  vontade  , conversamos sobre milhares de assuntos até que Snow repentinamente me encarou :
- Você é fofa , muito fofa Beck eu poderia te trancar em uma cúpula e te alimentar com ração para gatos
Eu gargalhei, Snow era  sádica , percebi isso quando em um dos assuntos ela indagou sobre sentir vontade de provar carne humana . Aquilo não me dava exatamente medo, sem entender porque , mas a cada palavra ela me atraía mais

sábado, 23 de agosto de 2014

O novo e velho lar


 Encaixotando tudo, tirando as roupas do armário e pondo tudo nas malas.
"Porque  ainda guardo essa blusa que não esquenta mais? Essa calça sem botão? E essa mancha nesse macacão?"
 A cada peça uma lembrança, a cada objeto uma sensação. Deixava do lado de fora apenas o que precisaria até o dia de partir, não iria pra muito longe. No entanto seu lar não seria mais ali.
 Aquelas paredes que escutaram silenciosas seus prantos, esconderam em seus cantos os sorrisos bobos, guardaram todos os segredos em cimento, ouviram discussões, abrigaram ideias, viram nascer as soluções .
 Olhando o armário vazio, sem lembrou de quando também era assim, e cada pessoa que passou por ela a preencheu até o fim. Como se colocassem  uma roupa nova a cada chegada e como se deixassem apenas o cabide sem nada em cada partida. O que lá ficava serviria para pendurar novas roupas, de novas pessoas, porém, traziam a envergadura, marcas do peso que antes ali havia.

domingo, 19 de janeiro de 2014

  Os braços fortes que me envolvem
 As mãos eloquentes que me percorrem
 Como se buscassem  sem pausa
 Um abrigo em meu corpo
Se emaranham nos cabelos
Deslizam por cada curva .

 Agora minhas mãos passeiam no vazio
Nesse espaço de lençol frio
 Nesse pedaço que cabia a ti.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A solidão me abraça forte, aperta e causa aquela agonia .
Chuva, me faça dormir antes que eu aceite o convite da noite e vá mesclar-me a escuridão, com o vermelho sobre a pele e aquele brilho de lua cheia sob os olhos .
 Com o olhar vazio, perco as horas no horizonte que me chama, as gélidas gotas que escorrem e molham, o vento fresco que sopra e me envolve como quem diz "Vem"
  Imploro para que arrastem pela enxurrada essa dor de saudade que não me permite mais sonhar.



 Preciso de alguém que não se importe
 Que me faça carinho, mesmo por cima de um corte
 Que não permita que as cicatrizes em meu corpo o assustem
Que tenha bom coração e ouvidos que me escutem


De alguém que não vá embora na primeira crise
Que me abrace na hora em que eu mais  precise
 Que é sempre nesta de descontrole que eu me sinto pior
Quero alguém que nesses momentos enxergue o meu melhor

Que meus choros desesperados não o impeçam de estar comigo
E que meus dramas mal colocados não sejam motivos pra partir
Quero alguém ao meu lado pra ser meu amigo
Que me beije e me ache linda quando eu mesma não conseguir

sábado, 11 de janeiro de 2014

Os mesmos dias



 A dias estou na mesma , a exatamente 13, me encontro na mesmice desse marasmo incompleto. Quase duas semanas que me encontro estagnada.
 Durante o dia até consigo desviar-me a atenção, porém todas as atividades pelas quais me interesso me lembram a falta que eu estou sentindo. Porque tudo foi construído em base de outro alguém, minha fortaleza, o meu refugio se mantém em pé e recheado de você. As coisas que leio, que ouço, que vejo, todas recomendações suas.
 O que escrevo, não tem função se a inspiração dos textos não irá ler.
 E quando a noite chega e a escuridão me toma nos seus vultos de sombra, só há lágrimas e até as memórias mais lindas que deveriam me fazer felizes me cortam sem dó. As recordações boas, machucam assim como a incerteza de se retornará.
 As madrugadas longas intercaladas por choros de saudade, temor e alguns breves cochilos carregados de sonhos ruins que nem meu filtro de sonhos fora capaz de reter. Pois tudo o que se refere a ti tem força, uma força a qual eu não pretendo lutar contra.

Poesia



Há quem queira explicar cada poesia
E quem ache incompleta se não existe rima
Querem significar, o que não é necessário
Rotular o que não deve ser rotulado
 Para que enquadrar a poesia que é redonda?
Ela não tem forma e nem redoma.
 Poema não se prende, não se entende
Apenas se lê e se sente


 Estou farta das juras falsas e de todas as promessas vazias
 Cansada de esperar uma mudança que jamais acontecerá
Estou cheia de olhares frios e lembranças azedas
De ameaças sobre a vida e de desculpas mal feitas

Não há mais o que fazer, nem expectativas a serem recriadas
Pois tu, já mataste todo resto de força de vontade
Que existia em meu peito de acreditar que tu se renovaste
"Será que percebi tarde demais? 
Eu dei a chance quando já não dava mais? 
Entenda, cada um tem seu tempo
Eu precisava sentir esse momento 
Não era lá, não ainda
Era aquele dia, era hoje

No entanto quanto tempo perdi esperando 
O entendimento chegar, não te enxergando 
Lamentando as falhas anteriores
Procurando em outros caminhos os tais amores

Que eu encontrei ao cruzar seus olhos
Cheios de expectativas
E os meus aflitos para atendê-las

Não sei como escrever sobre isso
A um segundo estava tudo aqui
Cada verso cada frase
Me perdi tentando organizar em estrofes

Eu sempre acho que posso falar sobre sentimento
Sendo que na verdade eu nem compreendo
Vou tentando nos espinhos da vida não muito me arranhar
Parece impossível, mas sigo meu caminhar

Esperava encontrar em você o que procurava
Mas encontrei olhos marejados de lágrimas salgadas
Tristes que lamentavam, a falta de sorte das suas estradas
Da dor que traz no peito, das batalhas que enfrentava

Eu entendo bem, já briguei muito nesse campo
Já apanhei, e algumas marcas permanecem visíveis
Nenhum me acolheu, nenhum me mereceu
Ninguém quis o que eu tinha de meu, nem todos valorizam depois que perdeu.

Talvez fosse pra ser assim
Que eu chegasse toda machucada pra você cuidar de mim
Enquanto eu tento e saro cada ferimento seu
Quem sabe na verdade a gente sempre se pertenceu
E eu procuro em cada palavra sem contexto, um texto,um nexo.
Tento procurar sentido, no que não há como ser compreendido.
Quero entender coisas inexplicáveis, idéias inesgotáveis
Que vazam de meus dedos em forma de poema.
Porém, não a nada a ser entendido, não existe sentido, não há nada a ser encontrado.
Só o que há são palavras desconexas, perdidas no tempo e no espaço que tentam se unir em minha mente
Querendo que você encontre nelas algum significado.