De tanto estar só , acostumou-se.
Criou vínculo com a solidão .
No inicio tinha medo , ficava assustada sem ninguém .
Agora em meio a multidão, dava valor ao silêncio , depois de um tempo nesta condição irremediável , apreciava e desejava estar só.
Ela aprendera a conviver com isso , apressava-se para exclusão , assim como uma jovem moça se apressa para encontrar seu amado . No caso, corria para encontrar seus pensamentos .
Sendo eles bons ou ruins ela não parava , só pensava .
Quando tinha que pegar o ônibus , entrava a passos rápidos, logo para o banco alto no fundo perto da janela , e com seus fones de ouvido na música que repetia incessantemente , isolava-se.
Uma canção que não era triste , porém não era exatamente feliz . Dependia da tendência .
As vezes a deixava triste , lembrava de coisas incomodas , outros momentos, como o efeito sépia que o outono tem, simplesmente sorria.
Em algumas circunstâncias aquela música a deixava viajar, sonhar alto. Embora simultaneamente a conduzia perceber o quão tolas , distantes e impossíveis eram aquelas ideias e o momento tornava os sonhos em pesadelos .
Oscilava entre extrema excitação e a mais profunda melancolia em segundos , culpa "de repente" Tudo aconteceu de uma vez , sem deixar tempo para preparação , como um choque. Ela não sabia separar . Quando os sentimentos chegavam todos juntos . Ela se tornou assim, ou sentia ou congelava .
Somente só, era possivel ser assim , somente no escuro de frente para si mesma ela podia apenas ser.
O medo do escuro e da solidão , equivale ao medo de se encarar e de ficar a sós com si mesmo.
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