sábado, 3 de setembro de 2011

O fim da espera

  Estava sentada em meu sofá a meses, não fazia ideia nem das horas muito menos dos dias. As vezes era dominada por uma enxurrada de pensamentos e lágrimas, lembranças e uma saudade infinita. Outras poucas vezes, meu lábios ameaçavam um leve sorriso ao lembrar dos olhos dele. Como eu sentia sua falta. Ouvia sua voz ecoar em minha mente, acho que isso que ma fazia enlouquecer e chorar, pensar em tudo e não ter certeza de absolutamente nada. Lembrava das tardes que passávamos juntos, as horas também desapareciam.
   Foi quando o telefone tocou, como para me trazer de volta a realidade que eu fugia. Me assustei:
  -Alô.
  -Oi...- era a voz dele, meu corpo tremeu por inteiro, sentia tanta falta daquela voz. - Sabem quem é não é?
 -Claro que eu sei reconheceria sua voz em qualquer lugar.- respondi com a voz ainda tremula.
  -Pode vir me encontrar?
  - Óbvio.
  -Então vem, já sabe onde me encontrar.
   -Sei.
Desliguei, e não pensei em mais nada.

Era uma noite fria, haviam poucas pessoas na rua, eu andava em passos rápidos e pensava, imaginava na minha cabeça como seria reencontrá-lo. Mas eu sabia que nada ia ser como eu estava imaginando, ele era imprevisível.
  Estava do outro lado da praça, quando eu pude o ver na outra calçada, estava de branco, era um destaque no meio da escuridão, como uma luz no fim do túnel, como um anjo. Ele viera caminhando até mim, e eu indo de encontro a ele. O vento soprou, e eu senti aquele doce odor, ele tinha o cheiro da noite, a fragrância que eu mais amava e sentira falta.
  Ele olhou em meus olhos, e me beijou:
  - Eu disse que eu voltaria, não disse?-  sussurrou.
 -Eu nunca duvidei da sua palavra.
 Fomos andando descemos a rua até uma grande e larga escada. Enfim estávamos na casa dele.
 Chegamos a escada ele me deu passagem para que eu subisse para o segundo andar do sobrado tudo estava escuro como de costume:
 - Está com medo?
 -Não, só estou me certificando de que estou acordada.
Chegando a porta do quarto, rápidamente ele me tomou em seus braços, me beijava como se tivesse sentido minha falta, tanto quanto eu havia sentido a dele.
  Senti suas mãos na minha cintura, e sua boca tocar meu pescoço, me arrepiei, não de medo, não havia medo. Eu sentia cada milimetro do seu corpo que encostava no meu, me vi entre ele e a parede eu só queria senti-lo, a cada beijo a cada toque, toda a dor de minha espera que parecia sem fim ia embora, tudo o que eu passei  enfim valera a pena e eu vi  e senti que absolutamente nada havia mudado, novamente as horas, os dias, os meses, o mundo desaparecia quando eu estava com ele.  Eu o pertencia  de corpo e alma, como nunca havia deixado de ser.
  Eu estava no unico lugar do mundo onde desejara estar, nos braços do meu anjo.


 

Um comentário:

  1. será que minha espera se acabará como a dela? será que eu sentirei essa dor tão arrebatadora e tão tranquilizadora tanto como ela sentiu? ah quem dera eu...seria uma das sofredoras mais alegre da face da terra...

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